São 05:05h agora, estou a dois dias sem dormir e tenho algumas considerações a fazer sobre a película que acabo de videar. Alguns se lembram do trailer espetacular de Laranja Mecânica? Um monte de recortes rápidos com a tela piscando em tons alaranjados, vermelhos, azuis e com praticamente um adjetivo por frame resumindo o filme – Satiric, Musical, Exciting, Bethoveen, Bizarre, Thrilling, Political, Bethoveen etc – pois é, resumindo o “Eu sou a lenda” poderíamos dizer: Emocionante, Bizarro, Bob Marley, Empolgante, Assustador, Político (por que não?) e Bob Marley etc, apenas com os cortes do Will Smith mancando, tentando correr, perseguido por aqueles “zumbis” bizarros e inteligentes.
Num futuro próximo, 2009, o homem cria um vírus mortal, o vírus Krypton (por que “krypton” não me perguntem), e o que era pra ser a cura do câncer acaba dizimando praticamente toda a população mundial. Os que restaram são vítimas mutantes da praga, obrigadas a viver na escuridão por não sobreviverem ao sol, todos, exceto por um, isto é, dois, o cientista Robert Neville (Will Smith) e a cadela Sam, de alguma forma, imunes ao vírus. Agora, em 2013, as noites nova-iorquinas não podiam ser mais infelizes, enquanto as criaturas perseguem o rastro do doutor Neville, este busca incessantemente por algum outro sobrevivente e pela cura para a raça humana através de seu sangue imune.
Dirigido por Francis Lawrence, o mesmo cara que dirigiu Constantine, outro puta filme. “I am legend" é uma adaptação da história homônima [esperei anos pra usar essa palavra] de Richard Matheson, a qual já teve duas adaptações passadas (The Last Man on Earth, 1964 e The Omega Man, 1971). E antes que eu me esqueça: a terceira personagem na escala de importância do filme [isso porque considerei o cachorro como segundo] é interpretada por uma brasileira, Alice Braga – que está muito bem, é bom que se diga –, aquela do filme Cidade Baixa ou para os que não viram esse, aquela que faz a putinha de asfalto namorada do playboy, depois do Buscapé e depois do Bené no Cidade de Deus.
O filme peca um pouco por apresentar às vezes passagens monótonas, contribuindo para um ritmo de lentidão, mas nada como bons sustos para remediar isso; enfim, como diriam os seres rapadurianos do blog Farelo na Poltrona, é um filmásso né cara! E embora, o filme tenda a passar uma tensão a cada segundo, fui até capaz de me divertir com as perturbações psicológicas que sofre o nosso amigo Will pelo estado de solidão extrema, bem diferente daquele humor mais escrachado que estamos acostumados a ver no ator.
Estou espectador fresco ainda, por isso, posso estar até superestimando o filme e se este for o caso, a causa seria muito simples: considerei fantástica a relação que esta adaptação fez com a lenda da história e a lenda real do reggae Bob Marley, com direito a até uma historinha biográfica contada no meio do filme, mas como possuo um pôster do rei na porta do quarto, acabo ficando suspeito para continuar, considerando que a jogada súbita de redemption song nos créditos finais contribuíram em muito para que eu, ainda um pouco assustado pelo escuro da janela coberta, ao final pronunciasse: “filmásso!”
Eu sou A Lenda (I Am Legend) / Francis Lawrence (dir) / Ficção científica / Warner Bros. / EUA / 18 de Janeiro de 2008 / Trailer
PS: E aquele outdoor que aparece no começo do filme, com o símbolo do S do Superman dentro do símbolo do morcego do Batman.. Algum prelúdio da Warner Bros?