quinta-feira, 24 de setembro de 2009

.58 Ato

I (III) Contato em teu pelo caro Antes casto ora amado Assim risco tua odre E vou te estragando com tato Ao deitar tua pele em cardos Safo teu corpo e tua sorte Sigo decompondo tua pureza estreme Tu, culpa-se, range os dentes Soltas gemidos de morte II (IV) Sentes a vida n'alma Minha boca que saliva e lava Teus membros, teu tímpano, teu espaço Aborrota-se de prazer Esgota-se o não-dever Tudo parece certo e exato Tornas-te precisa Aguda, inconsciente, passiva Entregas-te, enfim, ao diacho III (V) De súbito, as ervas Envolvem-me, às pressas Invadem meu faro Arrepia-se a espinha Abrem-se os poros que irradiam Gotas de brilho próprio e vasto Neste lapso me tens Então sou teu escravo que vem Molhar teu colo... Encher teu vaso IV (VI) Agarro-te com violência Tu, sem resistências Deixa-te do medo incomum Solto tua carne e assisto Volto diante de teu riso E mordo teu pedaço cru Vejo teu cabelo embaraçar Tua loucura a aflorar Em movimentos dum lindo nu V (VII) Vou te desenhando com a face O dorso, o colo, todo e em partes Traço pernas, coxas e tornozelos Sigo por teus pés e insisto Deslizo, paro em teu umbigo Beijo-o com doce mimo e desvelo Deixo-te absortas marcas Busco teu braço, tua axila resvalada Encontro a intrepidez de teu belo seio