quinta-feira, 19 de março de 2009

O que será?

scummy_by_gloria_aniela
Sabe quando, na madrugada (ou numa hora de introversão qualquer), dá aquela vontade de comer algo? Mas não qualquer algo, algo mais, algo melhor do que o que tivemos no café, almoço, lanche ou jantar. Algo que não sabemos bem o que é, só sabemos o que não é.

Pois bem: Começou há mais ou menos três semanas (provavelmente quando iniciaram-se as aulas) esta sensação esdrúxulamente fastidiosa, e não é apenas algo momentâneo, nem relacionado a comida. É sobre um algo maior, uma coisa mais intensa, que me deixa inquieto, que me faz twittar como um obssessivo-compulsivo, que me faz cantar mais alto trechos de músicas escrotas para chamar maior número de atenções.

Sinto que a minha vida, afinal, não tem tanto a oferecer, pelo menos não do jeito que eu a levo hoje. Logo eu, que sempre fui um entusiasta da vida, que a levava como em uma apoteose dedicada a ela e a mim mesmo (ai, quão classudo é meu ego!). Acordo, checo minha agenda, faço a lista das tarefas mais importantes que não deveriam deixar de ser feitas e, quando menos percebo, estou encravado por mais um dia na rotina. E quando, à noite, o professor não vem, enquanto espero pela aula seguinte, penso… O que há mais para se viver? O que estou perdendo? Como este dia poderia ter sido diferente?

Sei, muito provavelmente estou apenas divagando sobre situações hipotéticas de vidas alternativas que não vão dizer nada a ninguém, sobretudo a mim. E ainda dirão: “Mas afinal de contas, o que você queria? Ser o Batman, um espião da CIA?”

Não, não isso. Só sei o que não quero. Só sei o que não sou (baseado no que já experimentei e que já vi). Para esse ponto parafraseio a resposta de uma guria de 8 anos chamada Marina, prima do Jurandir Filho, que no RapaduraCast 82, perguntada pelo Juras se O Rei Leão era o melhor filme do mundo, disse: “Eu não assisti [a] todos”. A Marina, aos 8 anos de ingênua-idade, não tinha assistido à todos os filmes do mundo para saber se O Rei Leão era o melhor. Eu, aos dois patos na lagoa, já vi muitos filmes, vivi o considerado suficiente para resolver o que se vai fazer da vida e amei “por volta” de três mulheres [sic: meninas].. ainda assim, não consigo responder à pergunta que me inquieta.

Enfim, indo assistir às esparsas aulas do viii semestre – como twittei, cada vez menos interessantes – perdido em meio aos numerosos processos do estágio, procrastinando o projeto da iniciação científica, que parece nunca deixar de ser “iniciação”, e bebendo cerveja após cerveja nos fins de semana, eu vou.. sempre alegre e tranqüilo. Mas se caso um dia eu parecer alegre e tranqüilo demais, não se engane, meu coração está em chamas (e está à procura do que sabe-se o que não é, este algo não-comestível infernal).

Ê lelê.