segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Desconstrução

Quero dizer que na vida há desenganos, desencontros, desilusões, muitos des-. Mas nenhum sobreleva-se à descoberta do ser, do seu quero dizer nosso ser, do seu modo de viver, do que você realmente quer, do que lhe agrada agora, seus sonhos pro futuro e o passado que você escolhe para aprimorar sua ocasião. Todos os -des, desamores, desaforos, desatinos, desprezos, são deslumbres de vertigem momentânea necessários na vida para o desenvolvimento do ser. O que seria de mim sem as desgraças, os desvarios, os desagradáveis desdéns? Ora, o destino pode não existir (não do modo como eu entendo), mas ele é muito bem elaborado. Há os descaminhos por um motivo, são precisos desarmamentos do ser que o conduzem a um desvio de conduta sempre (ou quase) evoluído em relação ao seu ethos anterior. Eu, se assim ousasse, poderia até dizer, são os -des que constroem o ethos, mas não de modo a distanciá-lo do nosso próprio ser original, se é que existe algo como o ser original, talvez sejamos sempre o nosso sujeito contemporâneo, talvez sejamos o que fazemos de nós mesmos, em síntese, o que quisermos ser.. daí o poder da vontade, do desejo e dos sonhos.. mas nada dessa conversa filosófica sobre ethos importa; e o que importa? [Os peitinhos da Engraçadinha?] Também, mas o que queria dizer era, se inda lembro: Importa que as desarmonias, os descalabros, as deslealdades, o desfortúnio e mesmo o que você porventura chamar de desvida não são mais que desembaraços da própria sabedoria da vida com fim ao encontro de você consigo mesmo, momento quando, acho eu, não haverá mais construção do ethos, só um sujeito descarado e, como muitos velhinhos que agora sabem quem são de verdade, desconstituidamente desavergonhado. Aiaiaiuiui.

Um comentário:

  1. É aquilo, tá uma coisa AD-Niestzsche-viagens-aliteração-Maísa...

    bom ler o que vc escreve, como sempre.

    aiaiaiuiui, Sílvio!

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